Os prós e contras de comprar imóveis novos ou usados
Vejas quais costumam ser as diferenças de preço, vaga de garagem, IPTU, condomínio, tamanho, acabamento, garantia, área de lazer e forma de pagamento.
Belo Horizonte - O mercado imobiliário oferece um grande leque de opções, tanto em relação aos imóveis antigos quanto aos novos modelos de moradia. Ao abordar o tema, o consultor e conselheiro da Câmara de Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/MG), Kênio de Souza Pereira, destaca aspectos que devem ser ponderados, antes da decisão final.
Souza Pereira, que é também diretor da Caixa Imobiliária - Netimóveis, lembra que a sociedade, os conceitos, os materiais e a arquitetura evoluíram. "Na década de 60, eram poucas as famílias com mais de um veículo, e raros os apartamentos com áreas de lazer, quadras, piscina etc."
"Nos dias atuais, são comuns os apartamentos com quatro quartos, três ou mais vagas de garagem e área de lazer com vários equipamentos. Por isso, nada melhor que analisar bem todas as variáveis", diz, e ressalta que uma boa prática é contar com o auxílio de uma assessoria especializada na área imobiliária.
Para auxiliar as reflexões que sugere como indispensáveis, antecedendo a decisão de compra, o advogado elencou em tópicos as vantagens e desvantagens presentes nos imóveis novos e nos antigos, conforme a seguir.
Valor: Os imóveis antigos são vendidos por um valor mais baixo que um novo, e essa diferença facilita a aquisição. Há ainda a possibilidade do comprador, com o dinheiro que dispõe, adquirir um imóvel antigo com dimensões maiores do que as de um novo. Em contrapartida, adquirir de uma construtora um imóvel novo ou em construção torna mais fácil o parcelamento ou financiamento.
Tamanho: Imóveis antigos oferecem, entre suas vantagens, o fato de, geralmente, possuírem cômodos maiores, tendo em vista que antigamente os casais tinham mais filhos e, em virtude do costume da época - morar em casas, os prédios eram construídos com apartamentos mais amplos do que os atuais. Por exemplo, um apartamento com três quartos, era construído, entre 1970 e 1980, com área interna variando de 115m2 a 130 m2, enquanto hoje a dimensão gira em torno de 75 m2 a 105 m2.
Acabamento: Entre as vantagens de adquirir um apartamento recém-construído está o fato de o acabamento (piso, pintura, cerâmicas), as instalações hidráulicas e a rede elétrica serem novos e, teoricamente, em perfeito estado e conforme dentro o conceito atualizado de uso espacial. Já nos imóveis antigos, os acabamentos são. Geralmente, desatualizados. A maioria das salas possui o piso em tacos ou tábuas corridas. Atualmente é utilizado granito, mármore ou porcelanato. O mesmo problema ocorre com os acabamentos dos banheiros, área de serviço e da cozinha.
Personalização: É rara a possibilidade de o comprador escolher os revestimentos dos pisos e paredes do imóvel novo, a não ser que este esteja em construção, e mediante entendimentos com o construtor. Mas, sendo adquirido um imóvel antigo por preço mais baixo, em decorrência de necessitar de reforma, será uma boa oportunidade de atualizar o visual de forma, para adequá-lo ao gosto dos moradores.
Garantia: O imóvel novo conta com a garantia legal irredutível de cinco anos, contra defeitos estruturais e vícios de construção, imposta pelo Código Civil à Construtora. Já o imóvel antigo não tem garantia, pois o comprador o recebe no estado em que se encontra.
Garagem: Outra vantagem de adquirir imóveis em condomínios novos é que estes oferecem serviços e infraestrutura superior à dos antigos. Um exemplo é o maior número de vagas de garagem por apartamentos. Por conta do reduzido número de automóveis em circulação há três ou quatro décadas, muitos entre os condomínios nem mesmo possuíam vagas de garagem. Ainda, em outros condomínios construídos àquelas épocas, o número de vagas de garagem não correspondia ao das unidades. Hoje, este fato motiva conflitos e até ações judiciais, que resultam em desgastes e até mesmo a mudança de local de moradia, por aqueles buscam tranquilidade.
Vizinhança: É importante saber quem serão seus vizinhos. No edifício novo, o comprador não tem como saber, e assim corre maior risco de ter surpresas. Para quem adquire imóvel antigo é diferente. Neste caso, é perfeitamente possível verificar quem serão seus vizinhos, tendo, desta forma, maior condição de avaliar como será sua convivência social. Assim, fatores como vizinhança, estrutura física e disponibilidade financeira se intercalam no momento da importante e prazerosa decisão de adquirir um imóvel.
Lazer: Os novos condomínios oferecerem uma estrutura obviamente mais moderna. Antes, nos condomínios o chamado espaço de lazer era limitado à quadra de esportes e ao salão de festas, depois evoluiu para playground e piscina. Atualmente, os condomínios mais sofisticados oferecem também: sauna, academia de ginástica (que às vezes é tão completa que oferece até (personal training), espaço gourmet, home theater, piscina com raia e térmica, quadra de tênis, internet a cabo, circuito interno de tv e alguns outros serviços semelhantes aos oferecidos por um apart-hotel.
Negociação: Na compra de um imóvel novo há maior possibilidade de negociar o valor. A construtora tem flexibilidade com o pagamento, tem maior poder de negociação. Já o proprietário de um imóvel usado, principalmente porque na maioria das vezes vende seu imóvel para adquirir outro, não tem condições de flexibilizar o preço e nem a forma de pagamento a longo prazo.
Permuta: Quanto à possibilidade de o comprador oferecer seu imóvel de menor valor, como parte de pagamento de outro bem, é mais fácil viabilizar a permuta - ou parte do pagamento em bens com uma construtora que vende um imóvel novo, pois esta tem caixa para assumir um estoque de unidades.
IPTU e Taxa de Condomínio: Quando se trata de imóvel antigo, o comprador sabe com segurança quanto será seu custo com as taxas de condomínio e de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Já em um imóvel novo ou em construção, raramente o comprador saberá com certeza quais serão os valores destes desembolsos mensais. Quando o prédio é antigo, há que considerar a possibilidade de custos inesperados, ocasionados por reformas de elevadores, troca de revestimento da fachada ou até mesmo com rescisões trabalhistas de funcionários.